O senador
Vital do Rêgo (PMDB-PB), da Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania, voltou atrás e removeu seu voto favorável ao Projeto de Lei
(170/06), de autoria do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que torna crime
fabricar, importar ou distribuir jogos de videogames ofensivos "aos
costumes e às tradições dos povos, aos seus cultos, credos, religiões e
símbolos".
Segundo
comunicado oficial emitido pela assessoria de imprensa, o senador avaliou
apenas a constitucionalidade da proposta, não a validade do projeto.
Veja
abaixo o comunicado na íntegra:
"Foi
analisada, apenas, a constitucionalidade da matéria. Não cabe ao Senador Vital
do Rêgo emitir parecer sobre o mérito, conveniência ou qualquer outra questão
que faça parte do projeto. Mesmo assim, foi pedida a retirada do parecer do
Senador Vital para um novo reexame. Cabe agora ao autor da matéria, Senador
Valdir Raupp, a decisão de dar seguimento ou não de seu projeto."
De
projeto a lei
Caso
aprovado, o Projeto de Lei (170/06) altera a lei 7716/89, equiparando a
divulgação de conteúdo discriminatório por meio dos videogames ao crime de
preconceito previsto no artigo 20 da lei. A pena pela infração é de um a três
anos de reclusão.
Para
entrar em vigor, o projeto ainda possui algumas etapas para concluir.
Atualmente, ele será encaminhado como pauta para aprovação na Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania. Caso seja aprovado, segue para ser agendado
para aprovação no plenário. Aprovado nesta etapa, o projeto segue para revisão
na Câmara dos Deputados.
Ali, o
projeto pode ser rejeitado, indo para o Arquivo. Caso seja aprovado pode ser
enviado diretamente para sanção ou, caso seja aprovado com emendas, é enviado
de volta ao Senado, que pode então mandá-lo para sanção ou promulgar o projeto.
Proposta
polêmica
Desde a
aprovação na Comissão de Educação do Senado, no dia 1º de dezembro de 2009, o
projeto do senador Valdir foi alvo de uma carta da Abragames (Associação
Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos), manifestando posição
contrária ao projeto.
Após este
segundo voto da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania - o primeiro foi
dado em relatório de dezembro de 2010, pela senadora
Serys Slhessarenko (PT-MT) - foi alvo também de carta da Acigames (Associação
Comercial, Industrial e Cultural de Games), também contra o projeto.
Na
ocasião da aprovação na Comissão de Educação do Senado, UOL Jogos
perguntou sobre o assunto para empresários do mercado brasileiro, que foram
unânimes em considerar o projeto um retrocesso para a indústria nacional.
Para
Marcos Khalil, por exemplo, proprietário da rede UZ Games, varejo de videogames
que conta com mais de 20 lojas no Brasil, o projeto pode prejudicar os
negócios: "Os impactos começariam na já pequena indústria nacional, que
ficaria ainda menos competitiva".
Já Julio
Vieitez, diretor geral da Level Up!, diz que "é muito genérico e nem dá
para entender direito qual é o objetivo, se é proibir, por exemplo, pedofilia
ou apologia às drogas. O conceito de 'ofensivo' é muito relativo, pois o que
ofende um não ofende o outro".
Em
conversa anterior com a equipe de UOL Jogos, no início de dezembro,
época da aprovação do projeto na Comissão de Educação do Senado e antes de a
carta de protesto da Abragames ser divulgada, o senador Valdir Raupp afirmou
não ter o hábito de jogar videogame, além de não saber mencionar nenhum game
específico que poderia se enquadrar no projeto de lei.
O
político não soube também apontar um motivo específico que o motivou a elaborar
o projeto, mas quando questionado sobre a eficácia do sistema de Classificação
Indicativa, que atribui idades recomendadas a produtos culturais como filmes,
programas de TV e games, disse que não considera o sistema eficiente.
"Tenho certeza absoluta de que as pessoas não a estão seguindo",
afirmou o senador.
Davi
Ulisses, diretor do Departamento de Justiça, responsável pela Classificação
Indicativa, preferiu não comentar a declaração de Valdir Raupp, mas acredita
que não é necessária a censura em jogos de videogame: "A Classificação
Indicativa defende a liberdade de expressão e escolha do consumidor e cabe aos
pais decidirem o que seus filhos podem ou não jogar", diz.
Na ocasião,
UOL Jogos tentou várias vezes entrar em contato novamente com Valdir
Raupp para comentar as declarações das empresas, mas ele não retornou as
ligações e e-mails.
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Viram o que eu falei, no post anterior?
" Pode ficar tranquilo meu querido" Tiu Lobo está de olho
Até mais e obrigado pelos peixes
que bom que foi´só um susto,se se tava certo tiu lobo,que bom hein
ResponderExcluirSe existe uma verdade entre os políticos é essa: O dinheiro sempre fala mais alto.
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