sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Você achava que SOPA e PIPA eram ruins? Conheça o ACTA, acordo internacional que promete limitar a internet [com video]]


Recentemente os projetos de lei antipirataria SOPA e PIPA, que dariam a criadores de conteúdo um poder absurdo sobre a internet, entraram na pauta do mundo inteiro depois que diversos sites fizeram blecautes em protesto. Porém, uma ameaça mais insidiosa está se espalhando, de maneira menos barulhenta: é o ACTA (Anti-Counterfeiting Trade Agreement), que quer implementar propostas semelhantes às da SOPA e PIPA no mundo inteiro.

Foi legal ver o mundo inteiro se juntar à luta do pessoal dos EUA contra uma lei que tinha várias propostas muito erradas. Mas no fim das contas a SOPA e PIPA, mesmo podendo afetar sites de todo o mundo, eram leis americanas. Ninguém teria direito a usar tais leis fora dos EUA, fora da jurisdição americana.

O ACTA, no entanto, é um acordo internacional: ele estipula duras regras sobre direitos autorais, e se preocupa apenas com os detentores de copyright, cujos abusos não serão coibidos. Há pouco que usuários e consumidores podem fazer contra ele, e não só na internet: o foco do ACTA é a pirataria digital, mas cobre também a pirataria física.

Em seu ponto mais polêmico, o ACTA explica o que provedores de acesso e a polícia devem fazer para “prevenir” e impedir a pirataria, envolvendo até mesmo desconexão forçada de quem piratear pela terceira vez. Isto, obviamente, significa que seu provedor teria que monitorar tudo o que você faz na internet. Lá se vão a privacidade e a liberdade na rede.

Os EUA vêm discutindo o ACTA com outros países em segredo, a portas fechadas, desde pelo menos 2007, sem qualquer envolvimento de organizações civis – elas só puderam ver o texto finalizado. (Antes disso, no entanto, documentos do ACTA vazaram mais de uma vez.) Diversos países já assinaram o acordo: Canadá, Coreia do Sul, Japão, Marrocos, Cingapura, Austrália, Nova Zelândia e, claro, os EUA. O México e países da União Europeia também poderão ser signatários até 2013.

Esta semana, a Polônia prometeu entrar no ACTA, o que motivou protestos nas ruas contra a medida: manifestantes com adesivos tapando a boca, máscaras de Anonymous e cartazes protestavam em frente a um escritório da UE. Além disso, desde domingo alguns sites locais saíram do ar depois de serem hackeados. Mesmo assim, a Polônia assinou o ACTA, tornando-se o primeiro país da UE a fazê-lo. A medida ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento e pelo presidente.

Os EUA querem empurrar o ACTA para outros países, oferecendo em troca vantagens comerciais, mas o Brasil já avisou: não vai fazer parte. É o que Kenneth Félix Haczynski, chefe da Divisão de Propriedade Intelectual do Itamaraty, disse ao Estadão. E mais: “os Brics não participaram [da discussão do Acta], assim como nenhum país sul-americano”. Ou seja, grandes países como Rússia, Índia, China e toda a América do Sul estão fora. Infelizmente, isso não quer dizer que o Brasil ficará livre das pressões pró-ACTA.



Você pode encontrar mais informações sobre o ACTA no vídeo acima (com legendas em português), nesta reportagem do Estadão e no site www.stopacta.info. Comprometer liberdades civis para combater a pirataria de forma antidemocrática é algo que não podemos aceitar.


Até mais e obrigado pelos peixes!!!

4 comentários:

  1. porra esses idiotas não tem outra coisa o que fazer dá realmente vontade de compra pirata só pra sacananear mais politicos,todo mundo devia parar de compra original,nem compro mais por causa disso

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  2. Oi John já teve muita coisa que normalmente eu não compraria mas que depois de baixar e "consumir" (já ocorreu com musica e com jogos) eu acabei optando por comprar o original.

    Por isso sou a favor não só da liberdade de compartilhar, mas acredito que as proprias empresas deveriam liberar mais DEMOs (a exemplo da PSstore e da E-Shop da Nintendo) e a solução pra industria fonografica seria downloads patrocinados (isso já existe, mas é pouco conhecido, não lembro qual é a gravadora que está fazendo isso), para os nossos amigos de hollywood só tenho um recado, obriguem os cinemas a baixar os preços dos ingressos e logo a pirataria de filmes que ainda estão no cinema vai por agua a baixo.

    Todos tem que aprender, o maior inimigo da pirataria é o preço baixo.

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  3. Alem de espalhar a existencia do ACTA, o que mais os internautas podem fazer para combater essa lei?

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    1. Oi R.S.M. excelente pergunta, a primeira dica é, PROTESTE divulgue a tag #StopACTA no Facebook, no Twitter e em qualquer rede social que você utilize.

      A segunda dica é, procurar na web os abaixo assinados virtuais como este [https://www.accessnow.org/page/s/just-say-no-to-acta] que serão enviados as autoridades competentes para tentar impedir que a lei seja aprovada.

      Não fiquem parados, protestem pois você vai perder muito mais do que baixar musicas, series ou animes. Vamos perder o direito de falar o que pensamos, perder o direito de se manifestar, de criar e compartilhar. A internet será um ambiente que só vai ser útil para as empresas, as mesmas que apóiam o ACTA ou SOPA ou a CENSURA BOLA DA VEZ.

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